quarta-feira, 8 de julho de 2009

estava para vos falar de uma ou outra coisa que vou encontrando sobre a tábua de engomar

... mas os tempos vão sérios, não parece bem vir para aqui com parvoeiras e tenho de passar por aqui de vez em quando. Afinal de contas, quem é que te mandou fazer essa merda, agora que começaste, continua, parolo de merda, que nunca levas nada a sério, digo eu com os meus botões.

A verdade é que apesar de ser bem jeitoso (não sei se já disse), ninguém me ama, ninguém tem para comigo a caridade de um miminho e não exagero na confissão de que até o gato aduba sem esforço o mais profundo desprezo pela minha pessoa, que eu bem o vejo, quando o cabrão passa por mim a olhar-me de esguelha. Ora, tendo eu dado a entender no momento em que a baptizei, que esta coisa era acerca do amor, também não ficava bem a confissão de que acerca desse assunto não sei mais que o Tavares. Para falar a verdade, o cabrão do gato ainda se safa, pelo menos a ajuizar das ocasiões em que chega aqui a casa com uma andar esquisito e um ou outro sobrolho alagado. “Alguma amiguinha armada em sufragista que não quis ir ao castigo, não foi, Tavares?” - digo eu nessas ocasiões, mais até para meter conversa do que para gozar com o bicho.

Isto é a gente para aqui a palrar, eu sei que aquela cena do Tavares não tem nada a ver com amor. O gajo é melro, não perde tempo com tarouquices.

Dirão as minhas pombinhas: “mas olha lá, meu palerma, quem é que te encomendou o baptismo, porque é que não te lembraste de qualquer outra coisa, sei lá, caracóis, por exemplo?” Precisamente por isso, minhas fofinhas, porque sou um palerma e na altura não me lembrei do nome dessa coisa dos caracóis. Sim, porque isso dos caracóis também é uma ciência.

1 comentário:

  1. O ingrato...! Pobre e mal agradecido. E a estima que lhe tenho, não vale nada?

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