sexta-feira, 18 de novembro de 2016

rrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...
























Caro professor-doutor-comandante Louçã: Vossa eminência é definitivamente o único português que sabe bailar com a voz. Como absolutamente mais ninguém, sabe onde e como arrastar inflexões. E, maravilha das maravilhas, vossa mercê é um compêndio no que se refere à dicção dos erres. Meu deus, como eu gostaria de ser capaz de traduzir em caracteres o esdrúxulo desse seu talento; tem aquele erre de língua em pontinha a saltitar de contra o palato anterior, tem, quando está mesmo muito indignado, aqueloutro que ribomba apocalipse e que vem lá do fundo nem sei bem como, enfim, o senhor almirante é a enciclopédia britânica dos erres.
A SIC (sic) fez muito bem em dar-lhe esse cantinho da melhor hora da semana que é aquela em que começa o fim da tal. Não me lembra agora o nome do cantinho mas é impossível que alguém não saiba dele; anuncia-o com o senhor a fazer coisas muito intelectuais para que se fique em saber como o senhor é denso e assim. Nunca o falho. Por via dessa sua gigantesca maneira de dizer os erres.
Pode pensar que brinco mas está o senhor a dizer coisas graves, a falar de coisas profundas para pessoas sérias, e eu para aqui a tentar imitá-lo nessa sua maravilhosa coleção de erres; “rrrrrrrrrr”, “rererere”, “rararaarara”, “riririririi”… Fico sempre muito satisfeito quando acho que consigo.
Vamos agora ao guarda-roupa.
Esse seu casaquinho… Tem mesmo a certeza que essas presilhas são debruadas a camurça? Cheirou, para ver se é mesmo pele? Tem a certeza que não lhe enfiaram um barrete? Bem sei que lhe deve ter sido recomendado pela moça lá da boutique e deve ter custado uma pipa de massa, mas…
Se faz mesmo questão de fazer esse género de figurinhas, eu que do assunto percebo exatamente nada, atrevo-me a recomendar-lhe a feira do relógio. Fica com melhor aspeto e sai-lhe muito mais em conta.
Já o Rosas é a mesma coisa.
Vocês os ricos, vestem cada merda que só visto.

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