segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

histórias de um mundo que encolhe assustadoramente



Na eminência de serem proibidos pelo seu governo de fazer uso do “tik tok” - a pretexto de que a aplicação seria um perigo para a segurança nacional-, um número significativo de cidadãos americanos instalou e passou a fazer uso de uma outra aplicação, essa sim, realmente controlada pelo Partido Comunista Chinês (rednote).

O resultado não podia ser mais hilariante: subitamente os cidadãos americanos descobriram que não era normal pagar quantias exorbitantes se tivessem a desgraça de necessitar de fazer uso de uma ambulância e os chineses descobriram em choque que o seu governo não lhes mentia tanto quanto pensavam. Uma jovem americana - com uma dívida de meio milhão de dólares, contraída para estudar direito e subitamente consciente de que nunca seria capaz de a amortizar - descobriu em choque que uma uma jovem chinesa fazia a mesma coisa, mas apenas por cerca de $800 ao ano.

No espaço de alguns dias, muitos americanos viram desabar a sua ideia de que viviam num país de cidadãos livres, descobriram que o seu governo lhes mentia descaradamente e praticava a censura. Ao mesmo tempo que muitos chineses descobriam que o seu governo era muito mais honesto do que pensavam, muitos americanos acabaram a descrever-se como habitantes de um país pobre com um cinto da gucci


piero ciampi

castelo mendo



 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

coisas de "oh, meu deus..."


























Há uma manteiga de cabra que também é de ir ao céu, não me lembro quem a faz, mas acho que já aqui a honrei faz uns anos. Isto é pelo menos tão bom quanto essa manteiga. Outra coisa: não creio que valha a pena dizer que não faço a menor ideia de quem sejam esses da "Queijos Lagos".

Mas são suficientemente notáveis para que já me tenha dado à fadiga de tentar saber mais acerca deles. Fiquei com a impressão de que eram uma empresa familiar, com jovens ao comando. Têm escola e fazem coisas de ir ao céu sem que nos sintamos no dever de ficar por lá.

Isto precisa ser dito: o logotipo é igual ao que se pode ver aqui na embalagem, noutros produtos impresso a verde. 
Muita atenção: não confundir com os produtos da "Santiago", com logotipo também a verde. Esses fdp deram cabo da reputação do queijo de Nisa, um dos queijos de que mais gostava e que agora,  ostentando o símbolo DOP, não passa de uma pilha de sal aglutinado com produto lácteo e revestido com sabor a desinfectante. Como é que uma porcaria daquelas é autorizada a exibir o selo DOP??? Outro tanto fazem com outros queijos, eventualmente para aumentar os prazos de validade sem diminuir os preços... Devem ser engenheiros. Pqp! Não confundir com "Lagos", por favor!

"Lagos", património gastronómico!
A defender!

juliette armanet

oloron-sainte-marie

 




quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

presidenciais 2026

Os potenciais candidatos do regime são promessas de valentes barrigadas de riso.
Que é o que mais importa.
Na hora de substituir o coiso.



poder local

A doutora leitão faz-me lembrar a porteira de arroios. De muitos modos.

Foi por causa da porteira - apanhada num vídeo a dizer que fazia anos sentada numa caixa de fruta - que o doutor moedas subiu a presidente.
De maneira que vai ficar tudo na mesma.

Vamos a ver.




excerto do manuscrito encontrado no rei das enguias

" Pensando bem, a escrita de Bob Dylan, prémio Nobel da literatura, tem imenso que ver com a escrita de Adilia Lopes ”

mimy succar

houeillès




 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

a união europeia e a armadilha de tucídides

O mundo vive um momento agudo da armadilha de Tucídides e o crepúsculo americano torna tudo muito perigoso. No confronto em que a Europa vem sendo arrastada, a China - sem por isso descurar os meios de defesa convencionais - escolheu disputar a hegemonia no único campo de batalha que ainda é aceitável no chão duro de moralidade: o da economia.

E venceu. O chamado “ocidente” em que nos julgamos não pode continuar a fazer de conta. Como por esta altura já deveria ser transparente para todos, o nosso “aliado” americano escolheu fazer a guerra por meios convencionais e vem-nos arrastando para essa escolha através da ferramenta de que faz mais uso para lhe enevoar as evidências de imoralidade: a OTAN. Antagonizar a Europa com a Rússia foi e é parte do conflito hegemónico que os EU têm com a China e de que não sobra qualquer espécie de interesse, seja para a Europa, seja para a Rússia.

É ocioso lembrar a origem desta organização “defensiva” e aquilo que seria a sua natural obsolescência depois da unificação alemã e o desmantelamento unilateral do Pacto de Varsóvia por parte da F. Russa. Em vez disso, vimos a sua expansão em direcção a leste apressando o cerco através da Ucrânia, um país devastado em nome dos interesses americanos. Conseguiu isso através da uma técnica que foi aperfeiçoada durante muitos anos no centro e sul americano: o golpe de estado. Com ele e a guerra civil que lhe sucedeu, morreram entre 14 e 15 mil russos ucranianos que viviam nas regiões que decidiram pela autodeterminação ou integração na Rússia (o número de vítimas é habitualmente subestimado).

Não foi a primeira vez que esta organização “defensiva”, totalmente dependente e ao serviço dos interesses americanos, levou a guerra à Europa depois de 1945: não nos esquecemos de Belgrado. Guerras favorecidas pela complacência mais ou menos activa de governos europeus que adotam atitudes mais próprias de servos que de políticos realmente capazes de defender os interesses europeus. Neste aspecto, o cúmulo da sobranceria americana foi a humilhação a que Biden sujeitou Scholz após a sabotagem dos Nord Stream 1 e 2. A Europa viu o rosto de Scholz atormentado por uma impotência cuja origem nunca viremos a conhecer. O povo alemão viu. E os europeus vivem hoje a estagnação das suas economias e o custo da energia inflacionado.

Mais directamente confrontados com as consequências destas políticas, os eleitores fazem crescer oposições pouco dispostas a contemporizar com este estado de coisas. E sucedem-se escândalos de sinal antidemocrático que as visam combater. Como na Roménia em que se anulam resultados eleitorais sob os pretextos mais absurdos e com a conivência activa da UE, ou como o do 2º maior partido político da Alemanha ser impedido de participar nos debates políticos realizados por um canal de televisão alemão subsidiado pelos contribuintes em oito mil milhões de euros…

Os mais recentes ditérios do sr. Trump oferecem a supina vantagem de deixar mais claras aquelas que deveriam ser as mais urgentes prioridades geoestratégicas para os europeus:

1) encetar trabalho diplomático que tenha em vista a reposição da normalidade das nossas relações com a Rússia, um país fundamentalmente europeu. Se isso ainda for possível. Porque na tentativa de fragilizar as relações da Rússia com a China, os americanos podem muito bem ter conseguido que já sejamos descartáveis por parte da Rússia;

2) Colaborar activamente no projecto de uma solução defensiva pan-europeia que não acolha interesses geograficamente exógenos. Naturalmente, quando e se possível, a médio prazo, esse projecto deve ser aberto à participação da Rússia, como aliás em tempo foi sua vontade expressa.

Nada disto será possível enquanto Bruxelas for habitada por cavalheiros como o doutor costa.