sexta-feira, 20 de junho de 2025

dois não assuntos



São o assunto que fez hoje a manhã da rádio observador, à semelhança do que vem sucedendo com outras empresas no ramo da “comunicação social”: o diferendo que opõe “os anjos” que estão alegadamente no ramo da “música “ e uma joana no do “humor”.

No que diz respeito aos primeiros, se alguma vez passaram pelos meus tímpanos terá sido à traição. Provavelmente no carro, de onde não podia fugir senão atirando-me para fora dele. A segunda pratica um humor que, à semelhança do primeiro, não fazendo o meu género, faz o gosto de imensa gente. É o das adolescentes que se divertem muito a ridicularizar o penteado, os óculos, a frase ou a voz das colegas. O programa é feito com mais duas senhoras que fazem a atmosfera que mimetiza em perfeição as três amigas no 3° ciclo do ensino básico. É uma coisa que acontece mais ou menos a todos, mas que alguns superam quando crescem.

Pelo que julgo ter compreendido, no contexto desta categoria de humor, a senhora terá ridicularizado os primeiros por não saberem cantar, por não saberem o hino ou ambas as coisas. Os “anjos” não gostaram e, aparentemente colegas na mesma escola, fizeram queixa ao director de turma. Perdão: recorreram à justiça.





aldous harding

ponte de lima


 

sábado, 14 de junho de 2025

títulos de um gajo ficar a modos que

A PJ, não obstante a eventual boa vontade do actual empregado do dr. montenegro - ex empregado do dr. costa nas mesmas funções - , terá muitas dificuldades em dar conta da coisa. Eu sugiro que enviem o sr. presidente disto. Como se sabe, não haverá hoje ninguém mais à altura do desafio.

Enfim, mais uma vez a realidade insiste em não colaborar com as modernas teorias destes cavalheiros. Um horror, a realidade.



philippe jaroussky

ponte de lima


 

quarta-feira, 11 de junho de 2025

das redacções "modernas"

A pretexto do 10 de junho, dia de Portugal, de Camões e das comunidades, a criatura que escolhemos para fazer de presidente e uma senhora conselheira de estado acharam-se no dever de fazer e aceitar fazer discursos.
De entre todas as inanidades proferidas pelo cavalheiro, a comunicação social escolheu salientar a de que ninguém “é mais português do que qualquer outro”. Enfim, sendo uma constatação aparentemente óbvia e ociosa, talvez o senhor presidente queira aludir e ser inclusivo relativamente aos milhares de pessoas que se tornam “portugueses” por via administrativa. Àqueles que em muitos casos e ao fim de 5 anos, - durante os quais pouco mais fazem que, nas redes sociais, exibir desprezo e desrespeito pelos portugueses e pelo país que os acolhe - obtêm papeis que os declaram como “portugueses”, documentos que lhes permitem aceder a mercados de trabalho com melhores salários. Ou, de modo mais ou menos subterrâneo, ser também inclusivo em relação aos que apenas se reconhecem direitos e nenhuns deveres.
É moderno.
 
E capaz de gerar aquilo de que mais gosta: a “boa imprensa”. Alguma esteve até quase tentada a reconhece-lo como um “grande estadista”.
Depois tivemos a senhora conselheira de estado que depois de afirmar que “hoje em dia o discurso público que prevalece é, sem dúvida, sobre o pecado dos Descobrimentos e não sobre a dimensão da sua grandeza transformadora”, manteve-se precisamente no primeiro. “cujo inventário é um dos temas dolorosos de discussão na atualidade”.
Enfim, muito moderna também, a senhora conselheira de estado. Mas não era preciso ir a Lagos para concluir que temos “sangue do nativo e do migrante, do europeu e do africano, do branco e do negro e de todas as outras cores humanas. Somos descendentes do escravo e do senhor que o escravizou. Filhos do pirata e do que foi roubado. Mistura daquele que punia até à morte e do misericordioso que lhe limpava as feridas.” Porque bastaria lembrá-lo.

Como aqui já escrevi e tanto quanto é do meu conhecimento, Pedro Gomes Sanches foi, na SIC-N, o único a dizer o que se pode dizer destas redacções a pretexto do 10 de junho. Com muita coragem, num clima radicalizado, disse que eram maus discursos para o dia de Portugal, de Camões e das comunidades. Que o que precisávamos era de mensagens que nos conciliassem uns com os outros.
Evidentemente, foi abruptamente interrompido pelos baldaias de serviço.

Mas a realidade não demorou muitas horas a partir-nos o nariz. A uns esfregando a notícia de um bando de selvagens a espancarem um actor. A outros com a notícia de um pai que mata o filho a tiro por este se recusar a casar com uma criança de 14 anos. E pouco importa que a CS nos esfregue detalhes do primeiro crime e ofereça fotos de 3 ambulâncias (vistas de vários ângulos) para ilustrar o segundo. Ficou devidamente ilustrada a tese da necessidade de outros discursos.

dead combo

ponte de lima