quarta-feira, 4 de março de 2015


Vão agora uns tempos, ligo o televisor para ver o noticiário e aparece o ecrã a negro a dizer “sem sinal vídeo”.
Como tinha net aproveitei para me recrear a escrever uma das minhas cartinhas barrocas cheias de sarcasmo, insultos e ameaças em resultado de me privarem de um serviço que eu pagava regularmente e aproveitei para reclamar choruda indeminização por quebra de contrato. 
Quando descobri que tinha os pés em cima do comando e tinha desconfigurado aquela merda toda, já era tarde; os insultos já estavam no éter.
Alguns dias depois telefonaram-me. Aliás telefonaram insistentemente. Como era um daqueles números a dar para o marado suspeitei que me queriam vender colchões e não atendia. Queriam saber se tinha sinal, que sim senhor, agora já estava tudo bem, pedi explicações acerca do que tinha acontecido e assim, não estava nada à espera de uma coisa daquelas e tal.
Hoje recebo uma carta em que reconhecem “saber que não correspondemos inteiramente às suas expetativas” e “queremos compensá-lo” e “oferecemos-lhe o pacote MEO Total inteiramente grátis durante um ano, correspondente ao valor de 5€ mensais”. 
Seguramente em medo das minhas fúrias, a Ana Dias - Diretora de Serviço ao Cliente – nas instruções para aceder à “indeminização” reitera que “embora apareça o valor de 5€, reforçamos que para si o pacote MEO Total é oferta até ao dia 27/08/2015” 
Foi a 27/08/2014 que enfiei o sapato no comando, por isso bate certo.
De maneiras que agora estou para aqui a ouvir o Mezzo como um intelectual de esquerda cheio de papel. 
Alguém sabe se o pacote total também tem daquelas coisas com sexo? É que aquilo tem um ror de coisas que é de dar em doido. Tem um que é de museus que é um plano fixo sobre um Canaletto com um gajo a descrever o quadro à maneira do Dagoberto Markl mas com uma voz muito fixe. Estive a ouvir durante uns bons 45m. 
O Mezzo é bem. Recomendo.

(2014)

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