Por esta altura, quando era miúdo – não sei, talvez por altura do 2º do preparatório, não sei verdadeiramente ao certo, sei que era realmente miúdo - a minha mãe perguntava-me o que eu queria levar para a fábrica.
E eu dizia “tomates”.
Bom, talvez não fosse exactamente por esta altura mas mais lá para diante – como já disse, não tenho a noção do tempo, é uma coisa com dimensão patológica, grave, muito mais grave que na maioria dos homens, mas isso agora não interessa. Foi agora que me lembrei disso.
A minha mãe dizia: “- …”.
Depois do longo tempo que leva a dizer “…”, a minha mãe perguntava triste, como se a tivesse ou quisesse desfeitear:
“-Só?”.
E eu respondia: “-Só!”.
Então a minha mãe fazia-me uma marmita com meias luas de tomate e cebola doce cortada em fino que depois chapiscava de orégãos.
Numa garrafinha de vidro da “Rical” fechada em rolha, juntava vinagre de vinho branco, azeite e sal.
À hora de almoço, abria a marmita – que não era embrulhada em jornais como no arroz de tomate com pimentos e cebola de que também gostava muito -, retirava a rolha e com a ponta do polegar regava a marmita.
Não bebia nada. Não gostava de vinho – detestava-o, aliás – não havia dinheiro para cerveja e não havia as modernices de agora. No fim, bebia aquele sumo bem temperado que ficava na marmita.
Depois contava historietas que arrancavam sorrisos doces dos operários mais velhos. Lembro-me bem disso porque ponho muita vaidade nessa memória.
Como depois aguentava até às 8 - sem carne ou peixe - não me perguntem porque não faço ideia.
Lembrei-me agora disso porque macaqueei a graça hoje ao almoço. Com quatro queijos e manjericão depois de demorada trancada em moça bela.
Não, não fotografei, ide-vos foder a todos.
O vinho foi um “Vidigueira – Acto III – A Saudade”. E não, não estou a inventar nada,, é mesmo esse o nome do vinho.
Lá mais para a tarde talvez ponha música.
E eu dizia “tomates”.
Bom, talvez não fosse exactamente por esta altura mas mais lá para diante – como já disse, não tenho a noção do tempo, é uma coisa com dimensão patológica, grave, muito mais grave que na maioria dos homens, mas isso agora não interessa. Foi agora que me lembrei disso.
A minha mãe dizia: “- …”.
Depois do longo tempo que leva a dizer “…”, a minha mãe perguntava triste, como se a tivesse ou quisesse desfeitear:
“-Só?”.
E eu respondia: “-Só!”.
Então a minha mãe fazia-me uma marmita com meias luas de tomate e cebola doce cortada em fino que depois chapiscava de orégãos.
Numa garrafinha de vidro da “Rical” fechada em rolha, juntava vinagre de vinho branco, azeite e sal.
À hora de almoço, abria a marmita – que não era embrulhada em jornais como no arroz de tomate com pimentos e cebola de que também gostava muito -, retirava a rolha e com a ponta do polegar regava a marmita.
Não bebia nada. Não gostava de vinho – detestava-o, aliás – não havia dinheiro para cerveja e não havia as modernices de agora. No fim, bebia aquele sumo bem temperado que ficava na marmita.
Depois contava historietas que arrancavam sorrisos doces dos operários mais velhos. Lembro-me bem disso porque ponho muita vaidade nessa memória.
Como depois aguentava até às 8 - sem carne ou peixe - não me perguntem porque não faço ideia.
Lembrei-me agora disso porque macaqueei a graça hoje ao almoço. Com quatro queijos e manjericão depois de demorada trancada em moça bela.
Não, não fotografei, ide-vos foder a todos.
O vinho foi um “Vidigueira – Acto III – A Saudade”. E não, não estou a inventar nada,, é mesmo esse o nome do vinho.
Lá mais para a tarde talvez ponha música.
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