sexta-feira, 30 de setembro de 2016

da nacionalização dos mirós do libanês

Por alturas do regabofe noticioso acerca do BPN, a certa altura, num qualquer noticiário, mostraram “obras d’arte”, aparentemente dadas como garantias de empréstimos a um amigalhaço de Dias Loureiro, um tal libanês de duvidosa reputação. Creio que a origem é esta, mas não quero jurar, não foi nisso que me fixei (é verem, para tirar a coisa de abafo).
Mostraram imagens de “obras d’arte egípcia” que pareceriam ridículas se confrontadas com alguns souvenirs vendidos em bazares no Cairo. Fiquei atónito ao ver aquilo, mas ninguém disse nada, ninguém viu nada… É que temos egiptólogos. Por exemplo, o Luís Miguel de Araújo, não sendo especialista em arte, haveria de ficar de boca à banda com aquelas quinquilharias. Como ele é um pouco “aéreo”, se calhar, não viu.
E mostraram uns “Mirós”, parte do mesmo lote de garantias bancárias. Ora, embora em meu entender Miró não seja especialmente interessante, há, contudo, duas ou três coisas que ele sabia fazer muito bem. Coisas que não vi em nenhuma das imagens dos quadros que iam sendo episodicamente reproduzidas pela imprensa. It smelled fishy, very fishy…
A certa altura veio a saber-se que havia intenção de os empandeirar através de uma leiloeira londrina. E eu calei muito bem caladas as minhas suspeitas; o pouco que se fizesse, dava para suavizar a fatura sobre o contribuinte.
Só que, entretanto, os “intelectuais” que se interessam muito por estas coisas da “cultura” e assim, souberam da marosca e vá de fazer chinfrim politicamente insustentável.  E vá de providências cautelares e tudo o mais que é rotina em tais casos.
Soube hoje que a coisa foi parar às respeitáveis paredes de Serralves em toda a pompa.
Para sermos poupados a um qualquer embaraço, não dava para contratar os serviços de um qualquer Jacques Dupin?
Só para o libanês não se ficar para aí a rir muito.

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