Nem sequer ponho a hipótese de que sejam resultado de ímpeto jacobino: são pura barbárie. Na pressa de chegar a um tesouro imaginado, foram de marreta, sem vagar para afastar a pedra de cobertura.
Vem esta evocação a propósito de duas linhas do senhor léonard na pág. 25 da sua biografia de Salazar: “O rio Dão corre pelo meio da povoação e há uma ponte, construída em 1810 pelos soldados do Marechal Masséna durante a terceira vaga da invasão francesa, que parou nas linhas de Torres Vedras graças à tenacidade de Arthur Wellesley, duque de Wellington”
Ora, a ponte a que este cavalheiro se refere julgo só poder ser a ponte de origem romana parcialmente destruída precisamente por Massena em 1810 aquando da terceira das invasões francesas (se laboro nalguma espécie de equívoco, rogo correcção)
Terão certamente reparado que para o autor da biografia, quem parou a terceira das invasões – das duas primeiras não reza a história… - foi a “tenacidade” do “duque de Wellington”. Os indígenas ficaram certamente numa qualquer bancada a admirar a “tenacidade” do duque, razão porque serão indignos de se figurarem como opositores ao grande marechal massena. O duque que por aqui ficou sem ser convidado, abichando nove partes em cada dez do que os sobreviventes iam conseguindo fazer. A título de compensação... Para pagar às tropas do amigo duque que providenciaram proteção do indígena à fuga do “marechal” e seus mercenários que daqui foram com o respectivo saque. Tudo isto deve ter sido assim porque a história é contada exactamente assim também pelos nossos “aliados” ingleses.
Não sei de rigorosamente nada que os franceses tenham construído em Portugal.
Alguém sabe?
Sei apenas das imensas coisas que destruíram, queimaram, vandalizaram por todo o sítio em que pisaram. Mataram, assassinaram e deixaram-nos – directa ou indirectamente, a ferro ou à fome - em qualquer coisa entre dois terços e metade do que éramos. Não há maneira de saber ao certo porque a primeira coisa que faziam os compatriotas do senhor léonard quando chegavam a uma povoação era queimar os assentos de nascimento nas igrejas. Mais uma vez, não sei se por ímpeto jacobino, cuidado a que não creio que a militância os obrigasse, se para ocultar a mortandade. De certo, sei que lhes escapou o livro de assentamento dos baptismos na matriz da Marinha Grande. Lugar de onde se pode estimar a mortandade em dois terços da população.
Mais tarde, alguns portugueses tentaram mitigar a miséria em que foram deixados construindo e limpando as casas dos compatriotas do senhor léonard. Ao mesmo tempo que iam dormir às bidonvilles. Por cá, os mais abonados aprendiam o francês que lhes valia quando fugiam à tropa. Embora uns e outros fossem e sejam olhados com igual desprezo pelos seus compatriotas...
Os nossos historiadores profissionais devem-nos uma explicação das desgraças que concorrem para a compreensão da incomensurável pobreza em que Salazar nos apanhou - além dos braganças, dos nossos “aliados” e do terramoto. E do ”El-Rei Junot” de Brandão, do que de raspão foi escrito por Vasco Pulido Valente et al.
Alguma destas coisas compromete o rigor do que o senhor léonard escreveu acerca de Salazar e ainda não li? Claro que não.
Mas… se o senhor léonard se consente esta espécie de fantasias a propósito de um compatriota tão recuado como o marechal massena, como é que posso ficar tranquilo em relação ao que ainda não li e me foi recomendado por Sérgio Sousa Pinto?
Mais tarde, alguns portugueses tentaram mitigar a miséria em que foram deixados construindo e limpando as casas dos compatriotas do senhor léonard. Ao mesmo tempo que iam dormir às bidonvilles. Por cá, os mais abonados aprendiam o francês que lhes valia quando fugiam à tropa. Embora uns e outros fossem e sejam olhados com igual desprezo pelos seus compatriotas...
Os nossos historiadores profissionais devem-nos uma explicação das desgraças que concorrem para a compreensão da incomensurável pobreza em que Salazar nos apanhou - além dos braganças, dos nossos “aliados” e do terramoto. E do ”El-Rei Junot” de Brandão, do que de raspão foi escrito por Vasco Pulido Valente et al.
Alguma destas coisas compromete o rigor do que o senhor léonard escreveu acerca de Salazar e ainda não li? Claro que não.
Mas… se o senhor léonard se consente esta espécie de fantasias a propósito de um compatriota tão recuado como o marechal massena, como é que posso ficar tranquilo em relação ao que ainda não li e me foi recomendado por Sérgio Sousa Pinto?
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