sexta-feira, 14 de março de 2025

carlos guimarães pinto e os políticos

Para eventual benefício dos eleitores realmente interessados em distinguir e votar em políticos com causas, transcrevo sob estas linhas a intervenção de CGP na A.R. (em data que não consegui apurar):
 
"Quem precisa da política para viver, nunca será um político verdadeiramente livre.
Quem nunca fez nada antes de entrar na política e não espera fazer nada para além da política, dificilmente será um político competente.
Para termos políticos livres e competentes, precisamos de pessoas com passado e futuro fora da política para trazerem essa experiência para as suas funções.
Mas também é importante que as pessoas possam ter futuro fora da política para que não sintam a urgência de se eternizarem nos cargos.
Quem está na política com medo de sair, viverá sempre com medo de decidir.
É por isso necessário um equilíbrio para que no esforço de evitar portas giratórias
não se destrua a vida profissional de pessoas que apenas fizeram um serviço temporário ao país.
É preciso um equilíbrio para,que a necessária transparência não abra caminho para a devassa da vida privada ou para alimentar o fetichismo de alguns com a via das figuras públicas.
Isto pode não ser popular ou populista, mas aquilo que precisamos é de um sistema de justiça que puna a corrupção que existe mesmo a tempo e horas e não de um suspeição permanente e generalizada que trate todos os políticos e respetivas famílias como potenciais criminosos.
A política deve ser um serviço, mas se o custo de servir for a destruição irreversível da reputação, da vida profissional e até da vida familiar, apenas os narcisistas oportunistas e os mais desesperados entrarão nesta vida.
A cedência legislativa ao populismo até pode
render votos no curto prazo, mas paga-se muito caro no longo prazo.
Paga-se com afastamento de pessoas boas da política e com a erosão da própria democracia.

[..]
Há dois tipos de edifícios onde se entra mas não se pode sair: asilos e prisões.
Ninguém deseja que a vida política seja composta apenas pelo tipo de pessoas que normalmente ocupam esses edifícios. Nós definitivamente não queremos que o edifício da democracia seja atractiva apenas para
narcisistas, loucos e delinquentes, porque desses já temos mais do que deveríamos.
Rejeitaremos por isso todas as propostas
[...] que contribuam para afastar pessoas decentes da política.”

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