quarta-feira, 4 de junho de 2025

a pretexto dos 3% de impostos que pagamos

O empregado holandês da adm. americana anda muito activo na venda de canhões. É natural, tem de apresentar serviço ao patrão.
O que não se compreende é que por cá, a troco de fato e gravata, haja mamíferos a exigir-nos a compra de sistemas "Patriot" a pretexto da psicose da guerra que eles mesmo alimentam nos noticiários.
Não sendo especialista em assuntos militares, tem-se vindo a confirmar o que faz muito tempo aqui escrevi acerca do assunto dos arsenais: os conflitos contemporâneos - que remanescem essencialmente do colonialismo inglês - são invariavelmente ganhos com recurso a drones.*
O conflito que a OTAN alimenta na Ucrânia através do fantoche favorito da administração americana, é apenas mais uma ilustração do que venho dizendo. E nós não deveríamos necessitar de comprar nada. A indústria nacional de drones já tem muitos clientes. Como estes, apenas um exemplo, há mais. Viana do Castelo ainda pode construir porta-drones que dêem conta de uma tão vasta ZEE quanto a nossa. Já os deviam estar a fazer e já devíamos estar a investir em drones marítimos. Falta acrescentar o que, por lapso, nunca escrevi: os gabinetes de recruta militar deveriam afadigar-se muito no recrutamento dos jovens mais destros em videojogos, tentar recrutar os campeões... 
Valerá também lembrar outra coisa que já escrevi  escusando-me argumentar por tão óbvio: as forças armadas portuguesas devem subordinar-se à Marinha. Ou, pelo menos, terem nela o seu epicentro estratégico.
Em vez disso, apesar das manchetes que inicialmente nos davam como refractários à aquisição "epidémica" dos F35 - , quase apostava que os meus suados 3% de impostos vão parar aos bolsos dos accionistas da indústria de guerra americana.
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*E repito a esse pretexto o que havia dito acerca de uma aparente excepção porque ainda agora ouvi que as estradas que servem o envio de alimentos à população em Gaza eram considerados como "zona de guerra" por parte de Israel: o que se passa na Palestina não é uma guerra: é uma terraplanagem em que se usam os meios que são comuns nas demolições e terraplanagens. Entretanto as coisas evoluíram descomplexadamente para o genocídio do povo palestiniano. Mas continua a não ser uma guerra porque até nelas há limites que muito raramente se excedem na história da humanidade.



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