domingo, 19 de outubro de 2025

um almirante no mar de aral

Enquanto não abriu a boca, a coisa foi indo. Agastados, alguns começaram a suspirar por não fazerem a menor ideia do que o senhor pensava sobre o quer que fosse. E o senhor lá fez o favor de dizer que politicamente era do meio, só lhe faltando garantir que era do Benfica. Que, como toda a gente sabe, é um clube com 14 milhões de adeptos sem contar com os candidatos à presidência.

Candidato ao lugar do que ainda por lá anda, o senhor Gouveia e Melo aprendeu-lhe o mal guardado segredo da popularidade e que consiste em falar sem dizer nada para não contrariar ninguém acerca dos assuntos do dia. Foi assim que a pretexto “da burca” o ouvi num noticiário a lembrar que temos problemas maiores, como a habitação e a saúde. Não foi muito original porque são muitos os que, a igual pretexto, fazem questão de lembrar a necessidade de tratar desses problemas e postergar tudo o resto. Como, não dizem, mas imagina-se que atirando-lhes umas boas pazadas de dinheiro (dos outros) para cima. Porque a maioria política de que o cavalheiro se reclama não conhece outro tipo de soluções.

No que me diz respeito, confesso que não estou preparado para mais cinco anos disto. 
Embora tenha de me habituar à ideia.



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