A ideia de que a união sexual deve ser entendida quanto à sua tendência generativa é estranha às suas perceções, pois implica que o corpo humano possa abrigar um destino e uma responsabilidade maiores do que quaisquer que possam ser impostos pelo Estado todo -poderoso, impessoal e que tudo absolve. Cabe à máquina abstrata do Governo decidir quem deve existir, assumir a responsabilidade pela sua fabricação e circunscrever a sua vida. Os órgãos sexuais não têm outra função além do prazer fugaz, e associá-los às responsabilidades incapacitantes do parto, ou ao destino comprometedor de um amor físico caloroso, é cometer uma terrível obscenidade.
Evidentemente, ainda não chegámos tão longe. No entanto, certos elementos da visão de Huxley foram realizados.”
Roger Scruton, “Contra a Corrente”, ed. 70, 2022, p. 208
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