quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Uma das graças de que vos falei ontem chegou a apitar hoje de manhã.
A história é simples e rápida de contar. A princesa mudou de casa há coisa de uma semana. As anteriores inquilinas da casa que agora habita eram duas das nossas irmãs brasileiras dadas ao negócio de serviços domésticos que deixavam a administração de condóminos muito agastada.
A nossa amiga, quando se mudou, achou estranha a abundância do aviso “você está a ser filmado”. Os papelinhos, em todas as variantes consentidas pelo Word Art, estavam literalmente por todo o lado; na porta, no elevador, nos lanços de escada. A coisa era realmente estranha porque o prédio não tinha câmaras de filmar e a videovigilância não fazia parte do contrato. Tudo para intimidar a malandragem, pensou. E pensou bem.
Entretanto, batiam-lhe à porta vários sujeitos que ficavam encavacados quando ela atendia, que se tinham enganado no número e assim.
Ontem, tudo se tornou mais claro para a nossa amiga quando um melro mais aflito tocou à campainha. Quando perguntou o que pretendia, o pássaro não foi de modas e já a avançar pela porta entreaberta disse: “O que é que eu havia de querer? Quero ser servido, ora que porra!”
Achei melhor não perguntar se o sujeito tinha feito algum comentário à prateleira da pombinha.