sábado, 14 de março de 2009

parece que os cabrões agora, na sua estuporada impotência em dar conta de certas e determinadas coisas, se lembraram de regulamentar pãozinho sem sal


Declaro-me muito, mas mesmo muito desinteressado acerca do Vital Moreira, do Manuel Alegre, do Sócrates ou pelo que se possa dizer ou escrever acerca das criaturas. Só me fodo todo quando se metem nos meus dias naquilo que eles têm de essencial como, por exemplo, uns pedacitos de pão.
As meninas não fazem a menor ideia dos trabalhos a que me dou para levar aos dentes um pãozinho decente. É que eu gosto de pão, adivinho-lhe o estado só de sentir a humidade relativa ou de ver o céu pela manhã.
Eu concedo que esta coisa de gostar de pão tem o seu quê de extravagante. Não deixa mesmo assim de me espantar que o Sr. Primeiro-ministro seja mais importunado pelo incumprimento de promessas tontas (ou por não ser engenheiro, ou por ser um badameco, ou pelas más companhias e o caralho), do que pela presunção de uma qualquer legitimidade para legislar acerca de temperos. Então mas estes cabrões agora também são eleitos para regular q.b.’s? E não é que as oposições abençoam o cozinheiro? Mas que merda vem a ser esta?
Já me dei conta que os meus compatriotas investem cada vez mais num futuro com fraldas, num dia qualquer em que possam viver a delícia de procurar os ovos de Páscoa logo depois de terem esquecido onde os esconderam.
Desejo a todos as maiores prosperidades em avantajados cem anos de renúncias. São modos de ver as coisas e não tenho qualquer objecção a que o governo, na sua infinita generosidade, lhes decrete a eternidade. Desde que - por causa que é deles e apenas deles - me não fodam neste meu projecto de não lhes acelerar a falência da segurança social e continuar a comer o pão levado ao lume com uma pitada de sal.


É nestas ocasiões que eu lamento não ser alguém respeitável e influente para poder sugerir com algum efeito a regulação do ruído dos incomensuráveis disparates destes eleitos.
Fazem-me lembrar a Anaida Krok na sua causa. Só que enquanto esta é autora de uma genial comédia, aqueles fodem-nos com comédias levadas a édito.

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