Algumas pessoas que me conhecem são gentis ao ponto de me considerarem razoavelmente inteligente. E quando me veem de sapatos ou botas com atacadores soltos levam a coisa por conta de extravagância. Na verdade não sei atá-los e ganhei coragem para a confissão porque vi um maduro a fazê-lo agora mesmo no TED.
Quando era miúdo chamava a minha irmã para o fazer e ela acudia-me com enorme alegria. Atava-me um sapato ao outro, dava nós cegos, etc., etc. Tinha um reportório inesgotável de patifarias que a deliciavam. Eu berrava pela “MÃEEEEEEEE!!!!!!” e a minha mãe despachava-me com a extinta pedagogia de um “desenmerda-te”.
Na altura resolvia os dramas com uma faca de cozinha.
Entretanto tornei-me uma pessoa muito sofisticada.
(2012)
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