sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

mísia (la chanson d´hélène)




É ela mesma a dizer do disco que é “muito cinematográfico e kitsch” mas acontece ser precisamente esta espécie de registos estilisticamente vagabundos que mais aprecio e admiro em Mísia.

Não, não estimo o fado.

Por outro lado, não aprecio nenhum género de música. “Género” como quem diz “estilo”, “categoria”, maneira de fazer. São palavras que servem para arrumar coisas. Como costumo dizer, há circunstâncias em que as etiquetas são úteis; para distinguir o ácido sulfúrico da água benta, por exemplo. E em música também nos podem escusar a alguns encontros. Para o bem e para o mal. E para uma coisa e outra é na categoria “Alternativa” (seja lá o que isso for) que começo os garimpos na fnac. Depois continuo pela secção “ jazz” (não, não gosto), depois pela “clássica” (um enfado…). Depois… se não me vou logo embora com qualquer coisa nas mãos, vagueio pelas outras, aleatoriamente. Sempre por esta ordem.

Voltando a Mísia: repararam no prodígio daquele baixo com que o Iggy Pop (detesto Iggy Pop) pontua a sumptuosidade da voz dela?
E ela? É tão maravilhosamente bela por causa do esplendor da voz ou tem uma voz maravilhosa porque é esplendorosamente bela?

Amanhã, se não tiver roupa para passar a ferro, ponho aqui Iggy Pop. Uma coisa espantosa que eu e a minha filha gostamos muito.

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