segunda-feira, 26 de setembro de 2016

p. 120 (notas de leitura)

J.A.S. dá-lhe pinceladas cinematográficas: nasceu no Seixal e é angolano por afeto. Com paragens pelos cinco continentes - mais demoradas pela Venezuela, Congo e Pequim, em 1980 e com 33 anos enfeitiçou-se por uma italiana rica em Casablanca. Em 1992 volta a Angola para aí lançar o Grupo Espirito Santo.

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Bataglia é presidente e fundador da Escom (empresa do Grupo Espírito Santo), ficou sob investigação por ter assessorado o German Submarin Consortium, empresa com corruptores julgados e condenados na Alemanha e no âmbito da compra dos submarinos pelo estado português; a Escom recebeu comissões de 30 milhões de euros dos construtores navais alemães.

Quase com a mesma frequência que o trampolineiro, nos últimos tempos, sempre que se tropeça num calhau de dinheiro com tonalidades mais sulfúricas dá-se com Bataglia num dom tranquilo silêncio; “As matérias empresariais pertencem à minha esfera privada”, terá dito a propósito de algumas dessas dezenas de milhões mais escuros.

Com ligações estreitas à cleptocracia angolana, Helder Bataglia “…juntamente com Sam Pa e com Manuel Vicente, futuro vice-Presidente da República, introduziu os chineses em Angola.”

(isto é um espartano resumo do que acerca de Bataglia tem vindo a ser publicado na imprensa; à exceção do citado, não consta do livro)

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Na sequência de episódios a partir dos quais seria legítimo suspeitar de alguma intimidade entre Batglia e Saraiva, e longe de imaginar que ele estaria por trás da solução dos problemas financeiros do Sol (p. 119):

“Nessa altura, os casos polémicos envolvendo Sócrates já queimavam, e o Sol liderava a informação sobre eles, através dos textos de Felícia Cabrita. Curiosamente, falei disso a Bataglia, mas não me deu grande saída. Não estranhei, pois ele não era um homem de muitas falas. Estava eu na altura longíssimo de sonhar que ele mantinha ‘negócios’ com Sócrates … Dava-se pois esta situação completamente surreal: o jornal que liderava a investigação contra Sócrates tinha um acionista que estava envolvido em negócios pouco claros com Sócrates! Caricaturando, Bataglia financiava a investigação aos seus próprios negócios escuros!”



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