sábado, 1 de setembro de 2018
enquanto nos for possível, é deixá-los proibir
O olho que na capa vê mais ou menos a direito fica aqui vendado pela frase de Roger Scruton, estranhamente editado entre nós pela Quetzal, uma editora que arrisca a proscrição pela temeridade. Mas Sartre, Deleuze, Adorno, Habermas e demais família, que terão sido os bibelots da roda dentada e da enxada da udp do major tomé, são hoje substituídos pela estrelinha com cabeça e membros tribais.
Sem a tradicional direção estalinista, fazem agora uso de matarruanas de queixo quadrado para anunciar a excomunhão de uma qualquer criatura que arrisque assomos de ideia fora do cânon, para reclamar a incineração de um qualquer livro, para exigir o abate de um qualquer monumento erigido em memória de um Vieira em enxofre de sotaina.
Sem sombra de pudor, exigem o silêncio de todas as vozes que não reconheçam como sendo das suas tribos.
Com mais ou menos máfias cor-de-malva, o resultado é sempre o mesmo.
Mas enquanto nos for possível, a melhor e mais eficaz resistência é a de lhes consentir o espetáculo das suas assanhadas proibições.
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