domingo, 6 de outubro de 2024

da soprada vantagem do almirante

A comunicação social socialista – pronto, a comunicação social… – deixou de gostar de Gouveia e Melo a partir de certa altura da epidemia. Ganhou-lhe antipatia quando o sr. almirante se atreveu a desconsiderar uma autarca socialista do Algarve que apareceu nos noticiários a justificar a necessidade de ser persona prioritária na toma da “vacina covid” - quando o terror ia a meio - porque tinha nos seus deveres o acompanhamento dos velhinhos dos lares através de um tablet. Com uma empregada atrás, que lhe ia virando as páginas do tablet.. *
Desde esse episódio, numa espécie de adopção cínica do princípio de Peter, o senhor almirante foi atirado para o comando da marinha portuguesa cuidando assim atirá-lo para fora da inconveniência de algum pio.
Quando surgiram notícias de que o sr. almirante exigia dois submarinos para não concorrer à presidência disto, pensei para comigo que um militar a fazer chantagem com o poder político era coisa realmente feia, mas condizia muito bem com a fealdade da gentalha menor que se apropriou desse poder. Não estranhei.**
Entretanto, veio o senhor almirante esclarecer o país - e a gentalha SIC/Expresso que lançou o boato - de que um militar não chantageava o poder político e a “notícia” era falsa. Não seria surpreendente que o comandante ambicionasse maiores meios para a mais antiga das marinhas do mundo. No que me diz respeito, entendo até que os meios alocados à marinha portuguesa desde que os braganças fugiram para o Brasil em navios podres escoltados pela marinha inglesa é uma das maiores vergonhas pátrias no que respeita a forças “armadas”. Muito obviamente entendo que a marinha portuguesa deveria ser epicentro das forças armadas em que força aérea e exército seriam subsidiárias por razões tão óbvias, tão óbvias que me escuso a expansões...
Não faço a menor ideia de quais sejam as qualidades que o senhor almirante possa oferecer como vantagem para o exercício do cargo de presidente disto. Depois do mamífero que por lá anda - cuja eleição os meus compatriotas cometeram por duas vezes -, não creio que se possa ser muito exigente: Tino de Rans teria sido uma magnífica alternativa. Mas não sabendo de nada que o qualifique sobremaneira, não sei igualmente de rigorosamente nada que o desqualifique para tão pouco exigentes funções.
Quando o Expresso/SIC “informou” da exigência do almirante  fiquei de estômago virado: um militar a chantagear a república…
Entretanto deram-lhe oportunidade de proceder ao desmentido.
Na ocasião também tive oportunidade de perceber que o almirante não se candidata à presidência da república nem excluía a hipótese de o fazer. Um direito que é de todos os que reúnem condições para o exercício.
Muito honestamente não sei o que qualifica ou desqualifica o sr. almirante para o desempenho de tal função. Pessoalmente sou da opinião de que já qualquer coisa serve.

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*Seguiram-se-lhe muitos outros autarcas “socialistas” por todo o país; já se sabe que são quase todos mais iguais que os outros…

** - Se essa coisa dispendiosa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social significasse mais do que prebenda da irmandade, uma ferramenta do regime, seria de exigir-lhes um formal desmentido, apresentação de fontes para a notícia, um esclarecimento do matarruano do polígrafo, um pedido de desculpas, enfim, qualquer coisa que justificasse a origem do rumor. Deixa-me inquieto o simples facto de o próprio almirante, a vítima, não exigir explicações.



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