sábado, 1 de outubro de 2016

p. 187 (notas de leitura)

“Em 25 de Abril de 2003, é Ferreira Leite ministra das Finanças, o Presidente da República, Jorge Sampaio, faz um célebre discurso em que – referindo-se à política financeiramente exigente do governo – diz: ‘Há mais vida para além do Orçamento.’

Estávamos na pré-campanha das eleições de 2009, as segundas disputadas por José Sócrates. Era evidente para mim que Sócrates ia vencer, pois Manuela fazia uma campanha amarga, muito negativa. Boa parte da sua mensagem centrava-se na crítica ao plano megalómano de obras públicas de José Sócrates, que incluía um novo aeroporto de Lisboa, o TGV, uma nova ponte sobre o Tejo (também em Lisboa), 10 barragens, a requalificação da Zona Ribeirinha, etc. Mais tarde viria a perceber-se que Manuela Ferreira Leite estava cheia de razão nesse combate. Mas na altura não era evidente que todo aquele fogo-de-artifício propagandístico de Sócrates acabasse como acabou, na quase bancarrota e num resgate financeiro. E muito menos que o primeiro-ministro pudesse receber luvas pelas obras.”

Destes episódios da nossa história recente, ainda há muita coisa que não é “evidente” para muito boa gente, designadamente no que se refere à honorabilidade do trampolineiro; em boa medida, ele não é significativamente diferente de outros que por aí andam ou andaram.

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